Ao todo, já registrou 8.678 casos de Covid-19 apenas em 2024, com 14 óbitos confirmados. Os dados são do último levantamento da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), que mostra que nove do total de óbitos, ou seja, a maioria, são de idosos acima dos 60 anos. O número de casos se concentra, principalmente, na faixa etária de 30 a 49 anos.
No ano passado, esse número chegou a 28.359 somente nas cinco primeiras semanas do ano, com um registro de 73 óbitos também nas cinco primeiras semanas. Além disso, os casos confirmados nas cinco últimas semanas de 2023 somaram 1.697, enquanto nas semanas subsequentes de 2024 foram notificados 8.309 casos. Quando comparados, os dados revelam um aumento de 389% nos registros de Covid-19, em Goiás.
Em contrapartida, quando comparados os casos confirmados nas cinco primeiras semanas de 2023, quando o Estado confirmou 28.359, com o mesmo período de 2024, quando esse número foi 8.309, houve uma diminuição de 70% nos registros de Covid-19, em Goiás.
A situação leva Goiás a viver uma nova onda da Covid-19, segundo a SES. Entre os dois primeiros meses deste ano, mais de 8 mil pessoas foram infectadas e 14 morreram em decorrência de complicações da doença.
Além disso, apenas 77,39% da população recebeu as duas doses da vacina que protege contra o coronavírus e apenas 13,81% foi vacinada com a Bivalente, que protege contra as variantes da Covid, segundo dados da SES.
Diante do aumento expressivo no número de notificações, a Superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, alerta para alguns cuidados que a população precisa ter para se proteger e evitar contaminações pelo vírus, principalmente neste período de Carnaval, onde há muita aglomeração nas ruas.
“Desde que a covid chegou em 2020 a gente vinha falando que provavelmente ela teria a mesma dinâmica da dengue da gripe a H1N1”, compara a superintendente, ao afirmar que para alguns grupos de riscos a doença pode continuar causando óbitos, como é o caso dos idosos, que atualmente é uma das principais preocupações para a saúde do Estado nesse período.
Desse modo, a melhor forma para se proteger da doença, é manter o cartão vacinal atualizado, segundo a superintendente. “Quem não completou o esquema vacinal ou que ainda não tomou a dose de reforço da vacina deve procurar um local de vacinação para se vacinar, independente de ser do grupo de risco”, alerta. “ Com grande parte da população vacinada, mesmo que tenha aumento de transmissão, a gente não tem registros de casos graves e óbitos”, afirma a superintendente.
No caso das pessoas que já estejam com sintomas de covid, a orientação é que não vão para locais com grandes aglomerações, além de seguirem todos os protocolos de segurança como usar máscara de proteção facial e higienizar bem as mãos para não transmitir a doença para outras pessoas.
Municípios decidiram cancelar Carnaval por precaução
Como medidas de prevenção, tendo em vista o aumento de casos de covid-19, cidades goianas como Guapó, Vicentinópolis, Pontalina, Bom Jesus de Goiás, Itapuranga, Goiatuba, Petrolina de Goiás e São Francisco de Goiás, cancelaram as comemorações de carnaval deste ano.
Goiatuba, região Sul de Goiás, que tem uma população de mais de 35 mil habitantes, e realiza todos os anos a festa intitulada “Carnatuba”, cancelou o evento que ocorreria no município. Na última semana, o prefeito da cidade, Zezinho Vieira (PP), se reuniu com o governador do Estado, Ronaldo Caiado, para debater medidas de prevenção contra o avanço da doença na região.
Em seguida, o gestor de Goiatuba publicou em suas redes sociais que apesar da decisão de cancelar a festividade, não existem pacientes que estejam acamados em decorrência da doença, no hospital municipal e nem em redes particulares do município, mas que os pacientes apresentam sintomas leves enquanto outros são assintomáticos. O prefeito informou ainda que a medida é preventiva e tem o objetivo de evitar aglomerações no período de festas.
Os municípios de Petrolina de Goiás e São Francisco de Goiás que também desistiram da festa popular, anunciaram nas redes sociais das prefeituras a desistência.
A decisão de cancelar o carnaval foi tomada em conjunto com os municípios e a medida tem como objetivo proteger a saúde da população, assim como reduzir o número de casos da Covid-19.
Petrolina de Goiás e São Francisco de Goiás possuem apenas 22 km de distância. A partir disso, caso uma das cidades optasse pelo não cancelamento das festividades enquanto a outra cancelasse, haveria muitos visitantes no município em que ocorresse a festa, e dessa forma as consequências de transmissão da doença seriam as mesmas.
Além do aumento de casos de covid nas regiões, a decisão também levou em consideração o aumento do número de casos de dengue em Goiás. As orientações também são para que a população evite aglomerações, assim como o acúmulo de água para a não proliferação do mosquito da dengue, Aedes Aegypti.
Vale ressaltar que desde o início de 2024, a vacina contra a Covid-19 passou a integrar o Calendário Nacional de Vacinação, com isso, o imunizante passa a ser obrigatório para crianças de 6 meses a menores de 5 anos e ofertado de forma anual para os grupos considerados prioritários.
Entre os grupos com maior risco de desenvolver as formas graves da Covid e que devem ser priorizados durante a vacinação a partir deste ano estão: idosos, imunocomprometidos, gestantes e puérperas, trabalhadores da saúde, pessoas com comorbidades, indígenas, ribeirinhos e quilombolas, pessoas vivendo em instituições de longa permanência e seus trabalhadores, pessoas com deficiência permanente, pessoas privadas de liberdade maiores de 18 anos, adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas, funcionários do sistema de privação de liberdade e pessoas em situação de rua.
Atualmente, a vacinação contra a Covid está à disposição para toda a população, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Maiores de 18 anos que já tomaram ao menos duas doses da vacina devem receber uma dose de reforço da bivalente. Em Goiás, o imunizante está disponível nas mais de 900 salas de vacinação. Apesar disso, a cobertura vacinal segue baixa, com índice de 12,70% para a vacina bivalente, segundo a SES.
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